quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Aquisições de Setembro

Este mês, tal como aconteceu no passado, acabei por comprar mais livros do que deveria. Sei que prometi que me iria tentar conter, mas acabei por adquirir o mesmo número de livros que em Agosto. Agora que as aulas começaram e que as leituras irão diminuir, o que já está acontecer, prometo que irei comprar menos...

Em relação às aquisições propriamente ditas, adquiri no site da Fnac a edição especial do "Dança dos Dragões" do George R. R. Martin, onde vinha de oferta 4 marcadores representativos das principais casas.








Também numa promoção da Fnac, onde havia diversos livros a €8.90 cada, adquiri "Bisturi" de Paul Carson e "Invasão de Privacidade" de Harlan Coben. O primeiro porque vi que a Vera, do blogue Menina dos Policiais, lhe conferiu uma cotação que indica estarmos perante uma grande obra e o segundo porque li recentemente "Não contes a ninguém" do autor e gostei da sua escrita cheia de adrenalina. 



Na Segunda Vaga Marés Vivas, da Presença, que ocorreu no Facebook, adquiri "Os Pássaros da Morte" de Mo Hayder, pelas críticas fantásticas que tenho lido, e "A Tapeçaria dos Deuses" de Chris Wooding.

Numa ida ao Continente, no qual os três volumes que adquiri se encontravam com 20% de desconto, trouxe "Descobri que te amo" de Ann E. Cannon; "Marina" de Carlos Ruiz Zafón e "A Doçura da Chuva" de Deborah Smith. O primeiro tomei conhecimento dele graças à Patrícia, do blogue Pedacinho Literário, e gostei bastante, tendo sido uma agradável surpresa. A segunda aquisição foi feita por ter lido do autor "A Sombra do Vento", que foi dos melhores livros que tive o prazer de ler este ano. O último foi comprado por sugestão da Filipa d'O Labirinto dos Livros que o adorou.




E, por fim, ganhei num passatempo do blogue da Clarinda, Ler é Viver, "Casamento de Conveniência" de Madeline Hunter, a quem aproveito para agradecer novamente a oferta. :D

P.S. Sei que o blogue não tem sido actualizado muito nos últimos tempos e na verdade não tenho lido praticamente nada, devido à faculdade, mas prometo que na próxima semana tentarei colocar em dia as opiniões... :)

sábado, 24 de setembro de 2011

Frases Mágicas (2)



"Guarda na tua pequenina mente, no teu virgem coração, os momentos felizes de agora e, quando má ela chegar e te fizer chorar, viverás recordando horas felizes que o tempo levou.”
in "A mulher do capitão" de Ludgero Nascimento dos Santos

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Descobri que te amo


Nome: "Descobri que te amo"

Autor: Ann E. Cannon

Nº de Páginas: 224

Editora: Marcador



Sinopse: "Toda a gente tem segredos…
Ed é Sergio,ou é o contrário?Scout adora romances sentimentais…e Ed.Quark parece nunca se aperceber das pessoas à sua volta,até finalmente se apaixonar por…Scout.E o que esconde Elle,a rapariga dos sonhos de Ed?Uma história doce sobre a vida e o amor. Quatro vidas que se cruzam,quatro histórias de amor que nos levam a uma pergunta fundamental:será que o verdadeiro amor se esconde no seio de uma grande amizade?"


Opinião:  Ed McIff, a nossa personagem principal, é o típico adolescente com uma auto-estima baixa e que acredita que ninguém interessar-se-á alguma vez por ele, até ao dia em que Ellie, a rapariga dos seus sonhos, o aborda no seu local de trabalho, onde usa uma placa identificativa que o denomina como sendo Sérgio. Quando Ellie o trata desta forma, Ed nada diz e começa a pensar e agir como o ‘Sérgio’ que idealizou, alguém mais descontraído e mais corajoso que o Ed.


Apaixonada por Ed, ao contrário do que ele poderia alguma vez idealizar, temos Scout, a sua melhor amiga e apaixonado por ela, o melhor amigo de Ed, Quark.

Nesta obra temos assim, quatro jovens muito distintos, mas todos com algo em comum, encontram-se apaixonados, à espera de uma oportunidade de serem felizes.

Ed foi uma personagem que gostei muito porque tinha uma auto-estima baixa, não acreditava muito nele próprio, mas ao fim ao cabo duas raparigas fantásticas encontravam-se interessadas nele. Este facto demonstra quão depreciativos poderemos ser para nós próprios. Além disso gostei da sua relação com a irmã mais nova, porque andavam sempre à bulha, mas no fundo ele adorava-a, de tal forma que um dia assusta-a e para a compensar vai-lhe comprar uma prenda. Ambos os aspectos fizeram-me lembrar um pouco de mim e por isso foi das personagens que mais gostei de conhecer ao longo do livro.

A Scout a típica Maria – Rapaz, que os amigos costumam considerar como um igual, também ela com uma auto-estima um pouco influenciada, e extremamente querida, ao ponto de estar disposta a abdicar da sua felicidade por alguém de quem gosta.

O Quark, que se viu abandonado muito cedo pela mãe e que desde esse ponto deixou o basquetebol que era uma das suas paixões e se tornou num nerd. Este representa as vezes em que nos apaixonamos sem darmos por ela, em que as paixões são intensas e deveras repentinas.

Por fim, a Ellie a menina bonita, loira de olhos castanhos, esbelta, com quem todos os rapazes sonham um dia namorar, mas que tem um passado triste. Representando as desilusões amorosas porque passamos e os momentos menos bons que temos de atravessar até encontrar alguém que nos faça feliz.

Gostei bastante do livro porque me fez rir inúmeras vezes e no fundo fez-me bem à alma e afirmo isto, pois soube-me muito bem lê-lo. 


Um livro levezinho, mas carregado de ternura, óptimo para descontrair e passar um bom bocado.


“Desobri que te amo” poderia ser descrito numa única palavra, doce!


Avaliação: 4/5 (Gostei bastante!)


domingo, 18 de setembro de 2011

A Mulher do Capitão


Nome: "A Mulher do Capitão"

Autor: Ludgero Nascimento dos Santos

Nº de Páginas: 224

Editora: Alfarroba


Sinopse: "Um Romance intenso, apaixonante, que transporta o leitor a um tempo de amores proibidos e sentimentos fortes, mas também de relações de aparências, guerra e morte.Porque há histórias de amor que têm de ser contadas."


Opinião: Diana é uma criança feliz e sonhadora, até ao momento em que perde os seus pais e se vê só e desamparada na vida. Obrigada a abdicar do seu curso de medicina, procura emprego na casa de uma família rica, com o intuito de um dia voltar a fazê-lo, mas conhece o Capitão Alfredo, que a pede em casamento, num património que não é mais que uma troca entre ambas as partes. Ao partir para África conhece o Alferes Luís, que lhe ensinará a verdadeira acepção da palavra amor.

Embora me tenha custado um pouco entrar na estória, muito possivelmente por ainda estar demasiado emersa no último livro que li, e me tenha custado um pouco habituar à escrita do autor, foi um livro que gostei. Gostei da estória de amor entre a Diana e o Alferes Luís, que nos forneceu a ideia que poderia realmente ter acontecido e que estas pessoas poderiam ter realmente existido.

Foi muito interessante poder conhecer um pouco mais os acontecimentos da Guerra Colonial, onde presenciamos os momentos de incerteza que se faziam sentir naquela altura. Percebemos que foi uma guerra desigual, onde povos amigos e irmãos tiveram de combater uns contra os outros, em benefício dos seus patrões e ficamos também a conhecer um pouco mais o povo angolano, a sua simplicidade, o seu amor e adoração às pessoas que amam.

“A mulher do capitão” é assim um livro com uma linguagem simples, escrito de forma muito bonita e sincera; uma estória de amor possível, polvilhada de algum mistério, que me agradou especialmente.


Avaliação: 3/5 (Gostei!)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Um livro, uma adaptação - True Blood (4ª Temporada)

 



Há algum tempo acalentava abrir uma rubrica onde pudesse falar sobre as adaptações cinematográficas dos livros que vou lendo ao longo dos tempos e como terminei ontem de ver a quarta temporada de "True Blood" achei que seria uma boa forma de a começar


Embora sejam raras as vezes em que vejo uma adaptação que possa dizer que apreciei verdadeiramente, gosto sempre de ver a maneira como a estória é utilizada e se o modo como idealizei as personagens e acontecimentos são ou não muito distintos do realizador.


Esta série foi uma das minhas sagas preferidas até ao início da terceira temporada, onde comecei a achar que o Alan Ball, realizador da série, se encontrava a distorcer demasiado a estória, de tal modo que a trama já se encontrava bastante distinta das obras.

Gostaria de dizer que isso não aconteceu nesta quarta temporada e que gostei da adaptação, mas se o dissesse mentiria. Sou apologista que as séries, sendo inspiradas em livros, devem ser minimamente semelhantes, o que, com muita pena minha, não tem acontecido. :(

Os aspectos positivos desta temporada não são para mim muitos. Gostei do futuro dado ao Lafayette, pois achei interessante o facto de ele ter um dom e gostei também da personagem Jessica, que é sempre uma mais-valia para a série e de quem é fácil gostar. Sei que o primeiro deveria ter falecido na segunda temporada e a Jessica não deveria ter sido criada, mas, ao fim ao cabo, foram das personagens que mais me agradaram.

Os aspectos negativos são que a adaptação não é, nem pouco mais ou menos, fidedigna à série. Já ouvi pessoas dizerem que estamos demasiado ligados aos livros e que deveríamos pensar só na serie, mas embora houvesse tentado fazê-lo, é impossível abstrair-me do facto de não ter quase nada a ver com a saga que lhe deu origem. Achei que o futuro do Jason não deveria ter sido modificado da forma que foi, pois a minha questão é que futuro lhe será dado a partir de agora que o Ball modificou o rumo da sua vida. Não gostei da forma como o realizador geriu a relação entre o trio da trama, porque nunca na vida o Bill e o Eric *spoiler* dariam a vida para proteger a Sookie *fim do spoiler* por muito amor que possam nutrir por ela. Começa-me a cansar um pouco o facto de o Bill continuar a ser visto como o bom da fita, tendo em conta que a partir do segundo livro da saga o vemos raras vezes.

A ideia que fico com a temporada terminada é que esta série se irá tornar cada vez menos parecida com os livros e que a Sookie acabará por escolher o Bill, pois o Ball faz crer a quem não leu que é um santo. Como fã da saga estou desiludida com o rumo que a série está a levar e tenho sérias dúvidas se verei a seguinte temporada…


E vocês já viram a temporada? O que acharam da mesma?! :)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Antes de Adormecer


Nome: "Antes de Adormecer"

Autor: S. J. Watson

Nº de Páginas: 344

Editor: Livraria Civilização Editora


Sinopse: "Durante o sono, a minha mente apagará tudo o que fiz hoje. Amanhã acordarei como acordei hoje de manhã.

A pensar que ainda sou uma criança. A pensar que tenho toda uma vida de escolhas pela frente… As memórias definem-nos. O que acontece se perdemos as nossas memórias cada vez que adormecermos? O nosso nome, a nossa identidade, o nosso passado, até mesmo as pessoas de quem gostamos – tudo perdido numa noite. E a única pessoa em quem confiamos poderá estar a contar-nos apenas metade da história.
Bem-vindos à vida de Christine."



Opinião: Christine, de 47 anos, sofre de uma amnésia rara que a impossibilita de armazenar memórias por mais do que 24 horas. Assim, todas as manhãs desperta julgando, na maioria das vezes, possuir somente 20 anos, altura em que teve o acidente que a deixou em tal estado. Todos os dias da sua vida acorda junto de um desconhecido que diz ser seu marido e reaprende novamente a sua estória e o que perdeu nos últimos anos.

Christine é contactada por um médico, Dr. Nash, que pretende realizar um estudo sobre ela e consequentemente ajudá-la a restituir a sua memória. Desta forma, sugere-lhe que comece a escrever um diário onde possa registar o que faz ao longo dos seus dias e o que descobre ou se lembra ao longo dos mesmos.

Desde que ouvi falar acerca deste livro soube que teria de o ler, muito porque sou uma apreciadora da área da psicologia e este livro, tendo como tema central a memória, suscitou-me desde logo interesse e posso adiantar desde já que não desiludiu de forma alguma.

Gostei bastante da estória, desde o primeiro instante, em que constatamos a angústia da Christine por se ver num corpo que desconhece, por viver num mundo que lhe estranho, até ao momento em que começa a escrever os seus dias. Senti uma grande ligação com ela, não só por ser um livro escrito na primeira pessoa, mas também porque ficava contente com as suas vitórias, pelo facto de ela conseguir dia para dia, descobrir um pouco mais sobre si mesma. Senti por diversas vezes pena dela porque certamente não é fácil acordar todos os dias a sentir que anos da nossa vida foram roubados e que não nos lembramos das pessoas que mais deveríamos amar. Achei-a uma personagem interessantíssima, não só pela sua condição, mas pela forma como encarava a vida e as pessoas que a rodeavam, pois nunca sabia em quem podia ou não confiar.

Quanto às restantes personagens, o Ben, marido de Christine, foi alguém que me deixou sempre entre a sensação de empatia, pois era extremamente cordial e dedicado à mulher que amava e por sintir que não era qualquer pessoa que estaria junto do seu companheiro numa altura com esta, mas também alguma sensação de desconfiança, por nos transmitir que não queria que a mulher descobrisse o seu passado.

O Dr. Nash que sendo um médico, ainda que jovem, extremamente profissional e dedicado à sua paciente, foi fundamental para a Christine, quando lhe sugere que escreva um diário e quando a ajuda ao máximo para que ela possa ter uma vida melhor.

E, por fim, a Claire, que era a melhor amiga da Christine, até ao momento em que perdeu a memória. Embora esta personagem não tenha tanto destaque como as outras duas que mencionei anteriormente, merecia também ela ser ressalvada, porque foi essencial para a vida e melhoras da amiga.

O facto de o livro ser escrito, na sua maioria, em forma de diário tornou-o ainda mais interessante porque faz-nos quase sentir como se tivéssemos na pele da personagem principal e sentirmos as suas vitórias, medos e descobertas quase como nossas. A escrita é simples, sem grandes floreados, mas extremamente viciante, sendo quase de leitura compulsiva. Gostaria também de ressalvar o facto de o autor, mesmo sendo do sexo masculino, conseguir escrever de forma incrível no sexo oposto, exceptuando a forma como a Christine falava nas relações sexuais, que, como mulher, acho que era demasiado dura ou fria.

Em suma, “Antes de adormecer” é um thriller psicológico, extremamente cativante e portador de um final que me arrebatou e me deixou a ansiar por mais.

Avaliação: 5/5 (Adorei!)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Huck


Nome: "Huck"

Autora: Janet Elder

Nº de Páginas: 216

Editor: Pergaminho

Sinopse: "Huck conta a extraordinária história de uma família que aprendeu uma importante lição de coragem, persistência e generosidade… tudo graças a um pequeno poodle anão. Depois de ser diagnosticada com cancro da mama, Janet Elder teve de passar pelo desgaste físico e emocional de um longo período de tratamento. Ultrapassado este desafio, ela e o marido, Richard, decidem ceder aos intermináveis pedidos do filho, Michael, que sempre quis ter um cachorrinho. Nada melhor, pensam todos, para assinalar um novo começo de vida. Huck, um simpático poodle anão, passa a fazer parte da família. Mas um dia, quando a família está de férias na Florida, recebem uma notícia avassaladora: Huck, que tinha ficado em casa da irmã de Janet, em Nova Jérsia, tinha fugido. Janet, Richard e Michael apanham o próximo voo de volta a casa e começam imediatamente à procura do pequeno Huck. É uma corrida contra o tempo, pois o cachorrinho tem apenas 9 meses e está perdido numa zona que não conhece, exposto ao frio, à chuva e ao risco de atropelamento. Pouco a pouco, os habitantes da pequena cidade de Ramsey, Nova Jérsia - desde o chefe da polícia até às crianças da escola primária - ajudam-nos na sua busca, num comovente testemunho de solidariedade. Huck é uma história comovente e emocionante que nos faz lembrar que a esperança é sempre recompensada e que os finais felizes existem mesmo."

Opinião: Quando Janet, o marido e o filho vão de férias, depois de atravessarem uma fase conturbada das suas vidas, decidem deixar o seu cãozinho Huck ao cuidado da família de Barbara, a irmã de Janet. Contudo, no segundo dia de férias recebem uma chamada a informar que Huck aproveitou uma distracção e fugiu de casa. Os donos decidem assim voltar e procurá-lo incessantemente, mas a missão não se apresenta simples.

Gostei da estória por falar de dois temas interessantes, o cancro e a perda de um animal de estimação. Gostaria de ter visto um pouco melhor desenvolvida a parte em que se fala do cancro, mas compreendo que sendo uma estória verídica não seja muito fácil falar sobre o assunto, até porque sei que custa para os que se encontram de fora e imagino que seja algo difícil de lidar e até falar para aqueles que o viveram pessoalmente. Já para não falar que o cancro foi só o porquê de Huck ter entrado nas vidas da família Elder.

Gostei das descrições feitas pela autora ao seu animal de estimação, pois enquanto lia a ternura e a forma como ela descrevia o Huck, só pensava que poderia estar a mencionar a minha cadela, pois vejo-a de igual forma. Penso que se encontrava bem retratada a perda do animal de estimação, a dor de o vermos perdido, a angústia e medo que ele não retome, mas também a impotência que sentimos nestas alturas.

Em relação à escrita pareceu quase como se tivéssemos a ler uma notícia, ou não fosse a escritora uma jornalista, de forma bastante agradável, sem grandes floreados.

“Huck” é um livro que nos fala não só destes aspectos, mas também que nos mostra que ainda existem pessoas solidárias, que se preocupam e que nos tentam ajudar ao máximo. Como se encontra escrito na capa do livro é mais que um livro de um cãozinho, é um livro que nos ensina a acreditar nas pessoas e no que elas têm de bom.

Sem dúvida que o aspecto mais positivo da narrativa é a parte emotiva da obra, onde vemos a confrontação de Janet para com o cancro da mama; onde vemos o amor que esta família sente pelo seu cão, que é quase como uma parte integrante da família; a forma como toda a família se dava que achei enternecedora, pois via-se mesmo que eram felizes e que se davam realmente bem e a capacidade que as pessoas têm de ajudar os outros, mesmos com pouca coisa, pois todos os gestos importam e marcam a diferença num momento de desespero.

Avaliação: 3/5 (Gostei!)

sábado, 3 de setembro de 2011

Duna


Nome: "Duna"

Autor: Frank Herbert

Nº de Páginas: 576

Editora: Saída de Emergência


Sinopse: "Duna é considerado o melhor romance de ficção científica de sempre. Uma obra que arrebatou a crítica com o estilo poderoso de Frank Herbert e conquistou milhões de leitores com a sua imaginação prodigiosa. Prepare-se para uma viagem que nunca irá esquecer, até um longínquo planeta chamado Arrakis… O Duque Atreides é enviado para governar o planeta Arrakis, mais conhecido como Duna. Coberto por areia e montanhas, parece o local mais miserável do Império. Mas as aparências enganam: apenas em Arrakis se encontra a especiaria, uma droga imensamente valiosa e sem a qual o Império se desmoronará.
O Duque sabe que a sua posição em Duna é invejada pelos seus inimigos, mas nem a cautela o salvará. E quando o pior acontece caberá ao seu filho, Paul Atreides, vingar-se da conspiração contra a sua família e refugiar-se no deserto para se tornar no misterioso homem de nome Muad’Dib. Mas Paul é muito mais do que o herdeiro da Casa Atreides. Ao viver no deserto entre o povo Fremen, ele tornar-se-á não apenas no líder, mas num messias, libertando o imenso poder que Duna abriga numa guerra que irá ter repercussões em todo o Império…"



Opinião: Ficção científica é um dos géneros que pior conheço e confesso que me tem vindo a surpreender muito pela positiva, pois considero-o um género bastante rico, onde é necessário ter uma imaginação e tanto para vingar. “Duna” é considerado por muitos como um dos melhores romances de ficção científica de sempre e posso adiantar desde já que não me desiludiu de forma alguma.

A casa Atreides é nomeada para governar Arrakis, também conhecido como Duna, um planeta de condições áridas, onde a água tem uma importância incrível, mas sendo também o único planeta a possuir a preciosa especiaria. Duque Leto Atreides e sua família deixam assim Caladan, para assumir o controlo sobre este planeta, mas a posse deste é cobiçada devido à existência de especiaria e o Duque encontra-se submerso num esquema para o destituir do poder, onde o seu filho Paul terá um papel fundamental ao tentar vingar-se da conspiração que assola a família. Paul é assim obrigado a crescer muito cedo e a tornar-se um líder, transformando-se também no profeta das lendas fremen.

Enquanto pensava no que escrever sobre este livro cheguei à conclusão que não sabia por onde começar, porque é mundo tremendamente rico, fruto de uma mente brilhante. Apresenta culturas bastante diversificadas e bem construídas, onde constatamos uma oposição ente os povos livres, contra os governantes. Onde são debatidos vários temas desde a política, religião e até o destino. Um mundo onde é dado um valor incrível à água e à especiaria, que são os elementos mais importantes no planeta. Para os governantes a especiaria é sinal de prosperidade e de poder, enquanto a água é para o povo o elemento mais precioso. Sendo dos aspectos que mais gostei da obra por mostrar uma realidade bastante verosímil, de uma forma tremendamente bem conseguida, onde vemos que algo que hoje consideramos como um dado adquirido, poderá ser um dia algo que nos modificará para sempre, tal como ao nosso modo de estar e ver a vida.

Considero a imaginação de Frank Herbert sublime, tanto por ser extremamente actual, ao abordar o tema da caridade de água, mesmo tendo a sua primeira publicação na década de 1960, como pelo universo que criou, que pelo menos para mim me surpreendeu sobremaneira. Uma obra portadora de pormenores deliciosos, desde o início de cada capítulo com excertos aparentemente escritos no futuro da Princesa Irulan; um grande role de expressões originais, que embora me tivessem feito alguma confusão inicialmente, pois eram muitas e não me lembrei do glossário, mostra quão original é o mundo de Herbert; até mesmo aos diálogos que nos conseguiam dizer tanto acerca das personagens e do mundo em que se inseriam.

As personagens desde o Paul Atreides que é bastante cativante por tudo o que o mesmo significa, sendo das minhas personagens preferidas. Por o termos acompanhado em certa fase do seu crescimento e visto como foi obrigado a crescer depressa, devido aos infortúnios que a vida lhe proporcionou, mas também por termos acompanhado as suas perdas e vitórias.

O Leto Atreides pela sua personalidade forte, por ser um homem honroso, que se preocupa bastante com o bem-estar dos outros, e porque teve um papel fundamental na consolidação da personalidade do filho.

A dama Jessica porque foi para mim uma das personagens mais interessantes e que mais prazer me deu conhecer, por ser uma Bene Gesserit, que é uma comunidade interessantíssima e por todas as surpresas que o futuro lhe traz. Sem dúvida, uma personagem poderosíssima.

Chani porque é uma rapariga inteligente, perspicaz e um coração de ouro, que coloca a felicidade dos outros à frente da dela. Uma pessoa que espero vir a ter o prazer de conhecer melhor nos volumes seguintes, pois gosto realmente dela.

A Alia outra das minhas personagens preferidas da trama porque nasceu devido a acontecimentos algo especiais, porque tem um potencial imenso e penso que será fundamental nos volumes seguintes, pois é uma personagem cheia de força.

Poderia mencionar muitos mais personagens que foram importantes ao longo da trama e que nos permitiram gostar ainda mais da mesma e de conhecer o mundo, mas ficar-me-ei por estas, que penso ser as que mais me disseram ao longo da narrativa.

Em termos de escrita considero um estilo em certa medida um pouco difícil, devido à incursão de palavras desconhecidas, onde temos de ter uma grande memória para decorar e compreender o mundo, mas bastante estimulante e interessante, onde queremos saber sempre um pouco mais. Uma ressalva para os apêndices que acho essenciais para compreender um pouco mais o livro e que penso que se fosse hoje os teria lido primeiro antes de ler a obra, mas mesmo assim foi uma forma de compreender a estória por mim mesma e descobrir os acontecimentos sozinha, o que não pode ser, de forma alguma, negativo.

Se tivesse de mencionar um aspecto negativo possivelmente seria a falta de uma lista com os nomes de todas as personagens patentes no livro porque, no inicio, me senti um pouco perdida.

“Duna” foi, desta feita, uma obra que adorei e que aconselho vivamente!


Avaliação: 5/5 (Adorei!)